
As estruturas de utentes do
Médio Tejo vão reunir em Abrantes (5 de Janeiro), em Torres Novas (6 de
Janeiro) e em Tomar (7 de Janeiro), com o objectivo de analisar o momento
presente na prestação de cuidados de saúde e definir as iniciativas públicas e
institucionais que levem a uma alteração de rumo. As conclusões destas reuniões
serão divulgadas em Conferência de Imprensa a 12 de Janeiro.
Informações vindas a público
e/ou transmitidas pessoalmente por utentes, autarcas e profissionais confirmam
que a reorganização no CHMT, empreendida pela anterior administração, apenas
contribuiu para dificultar o acesso a cuidados hospitalares e piorar a sua
qualidade.
No futuro próximo, muito
embora as espectativas criadas pelo novo Conselho de Administração do CHMT,
perspectivam-se muitas “nuvens negras” no horizonte fruto das dificuldades de
contratação de médicos e outros profissionais, o que vai implicar possíveis
encerramentos de serviços quando o que deveria ser feito era reinstalar nos
três hospitais a urgência, medicina interna, cirurgia e pediatria e,
desenvolver as outras valências.
Os meses vão passando e, em
vez das prometidas melhorias verifica-se uma progressiva deterioração do acesso
e na qualidade dos serviços prestados.
Ao nível dos Cuidados de
Saúde Primários (Centros de Saúde), embora tivesse havido melhorias com a
instalação de algumas USF, continua a ser crónica a falta de profissionais, com
especial incidência nos médicos. Cada vez são mais as localidades com unidades
de saúde encerradas quer pela falta de médico quer pela irregularidade na
prestação de cuidados médicos.
Deste facto resultam filas
madrugadoras de utentes na esperança de uma consulta rápida no atendimento
complementar, mas são cada vez mais os que procuram alternativas no sector
social e no privado.
Há dias foi aberto um
concurso nacional para médicos que acabaram a especialidade de medicina geral e
familiar, mas apenas para UM MÉDICO para o ACES MÉDIO TEJO. Conclui-se que a
grande medida governamental para dar um médico de família a cada utente, passa
pela limpeza de ficheiros, pelo aumento do número de utentes por médico e por
sugerir aos utentes que se desloquem a outras unidades de saúde.
Em conclusão, os
responsáveis ao promover a degradação progressiva da prestação de cuidados de
saúde vão arranjando justificações para posteriores encerramentos de unidades
de saúde de proximidade e de serviços hospitalares.
A Comissão de
Utentes da Saúde do Médio Tejo
Médio
Tejo, 29.12.2014