Face às constantes informações oficiais que
colocam em causa a permanência de muitos serviços hospitalares, nomeadamente a
MATERNIDADE, a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de
Abrantes lançou um abaixo-assinado para reafirmar a necessidade de cuidados de
proximidade e qualidade.
A publicação da Portaria 82/2014, o contínuo
decréscimo de partos (muito longe dos 1500, que é o número mínimo referenciado
como ideal para um serviço de qualidade), a incerteza quanto a anunciados
encerramentos e a apatia das sucessivas administrações do CHMT na promoção e
dinamização da Maternidade de Abrantes, leva esta Comissão a temer o seu
encerramento num futuro mais ou menos próximo. Ao longo de 2014, muitas foram
as declarações de diversos responsáveis (com especial destaque para o
ex-Presidente do CA do CHMT) que colocaram em causa a existência da Maternidade
no Médio Tejo e/ou em Abrantes. Existem, ainda, serviços no CHMT, no Hospital
de Abrantes, que carecem de urgente melhoria e outros que devem regressar ou
ser criados.
As 6895 assinaturas só foram possíveis com a
colaboração de muito do comércio local, a quem agradecemos. No entanto,
registe-se que não houve capacidade humana para levar a muitos locais a
possibilidade de as populações darem o seu contributo na defesa da Maternidade.
As assinaturas vão ser enviadas ao Ministro da Saúde e das mesmas vai ser dado
conhecimento aos Grupos Parlamentares, autarcas e aos responsáveis das unidades
de saúde da Região.
A iniciativa da Comissão de Utentes teve para
já o mérito de o Ministério da Saúde vir dizer que não está decidido o
encerramento da Maternidade. Também na reunião entre a CUSMT (em que estiveram
elementos da CUSPCA) com o CA do CHMT não houve referência ao encerramento de
qualquer serviço. Pena que o Primeiro Ministro inquirido sobre o assunto pelo
“Mirante”, não tenha sido explicito quanto à manutenção da maternidade.
A importância social e humana do serviço de
Maternidade para o Concelho e para toda a região, merece que continuemos
atentos e mobilizemos as populações em sua defesa.
Constata-se que a actual organização das
unidades de saúde e o seu subfinanciamento têm originado uma constante e
progressiva degradação da qualidade e acessibilidade aos cuidados de saúde. É
tempo de mudar de política para respeitar a dignidade das pessoas e promover o
progresso sócio económico da região.
Mas as preocupações da Comissão e das
populações não se restringem apenas aos cuidados hospitalares. Aliás, somos da
opinião que sem eficiência e eficácia nos cuidados primários/(centros e
extensões de saúde) gasta-se mais e os utentes ficam com menos cuidados de
proximidade e qualidade.
A cobertura de todo o território concelhio
“obriga” à existência de unidades de saúde móveis e à colocação de médicos de
família nas freguesias com mais população.
Em breve anunciaremos iniciativas públicas para
alertar os responsáveis para a exigência das populações na colocação de mais
médicos de família.
Nota final:
Com os meios disponíveis a Comissão de Utentes
vai continuar a trabalhar de forma persistente e atenta a problemas de outros
serviços públicos, como as obras de manutenção da Ponte de Abrantes (onde não
compreendemos que os trabalhos decorram só nos períodos em que os cidadãos e
actividades económicas mais a utilizam), a distribuição postal, a reposição das
valências retiradas ao Tribunal de Abrantes…
A Comissão de Utentes continuará a reunir
regularmente podendo participar todos os que queiram para, em colaboração com
outras estruturas de utentes da Região e do Distrito, informar e organizar as
populações na defesa dos seus direitos.
A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Abrantes
Abrantes,
10.12.2014