05/12/14

Saúde no distrito de Viseu



Em 2006 o distrito era servido por uma rede de cuidados primários constituída por 26 centros de saúde, com 70 extensões ou postos de saúde.

Desde essa data encerraram mais de 20 serviços de atendimento permanente (SAP’s) e quase todas as extensões ou postos de saúde.

Nos cuidados curativos temos dois hospitais do Serviço Público Administrativo, em Tondela e Lamego, e um Hospital dito Empresa Pública do Estado em Viseu. Estes serviços estão longe da dotação efectiva do pessoal necessário a suprir as necessidades da população que servem. E é grande o número de trabalhadores com vínculo precário, o que motiva grande instabilidade nos serviços.

Outra situação, num cada vez maior número de instituições, é a diminuição de profissionais por turno, por «razões orçamentais», determinando a sobrecarga e o aumento dos ritmos de trabalho, com graves prejuízos para os utentes. E agrava-se a situação de milhares de utentes sem médico de família.

São crescentes as dificuldades para se aceder em tempo útil a consultas nos Centros de Saúde, dificuldades agravadas com o encerramento dos SAP’s.

Também o encerramento consumado da maternidade de Lamego e a transformação progressiva e efectiva do respectivo hospital num mero Centro de Saúde, constitui mais um factor de agravamento da situação e de deterioração da qualidade de vida das populações.

No Hospital Distrital de Viseu, actualmente gerido por gestores nomeados e de confiança política do governo, a preocupação determinante é, em importante medida, a redução das despesas à custa dos doentes e dos trabalhadores. O que inevitavelmente, em conjunto com a sobrecarga que decorre do encerramento dos SAP’s, pesa negativamente na qualidade dos serviços prestados.
     No Distrito faltam médicos e enfermeiros. Encerraram valências hospitalares, blocos de partos, urgências nocturnas, SAP’s, extensões de saúde, postos médicos. Os Centros de Saúde estão subaproveitados e a perspectiva anunciada é do encerramento de todas as extensões de saúde. Milhares de pessoas estão sem médico de família e há consultas que demoram meses.