16/12/14

Saúde no distrito do Porto



Relativamente à situação na zona do Porto e concelhos limítrofes, ela caracteriza-se essencialmente pela falta de recursos humanos e materiais, quer nos hospitais, S. João, Santo António, Gaia/Espinho, quer nos centros de saúde, originando encerramento de enfermarias e redução forçada dos horários de atendimento o que provoca aumento das listas de espera para cirurgias, consultas, exames de diagnóstico e outros, colocando vários serviços muito próximo da rutura e obrigando-os a atuar em regime de serviços mínimos e recorrendo ao trabalho precário.
Acresce o facto de muitos profissionais médicos, enfermeiros, assistentes técnicos, operacionais e superiores, pedirem a reforma antecipada e até emigrarem por falta de condições de trabalho e remuneração condigna.
No distrito existem cerca de 200 mil utentes sem médico de família e também extensões sem médico no ativo ou em vias disso, exemplos de  Vila Nova de Gaia (em Afurada e Mafamude), Felgueiras, Marco de Canaveses (em Soalhães), Baião (em Ribadouro e Mesquinhara) e o próprio centro de saúde de Campêlo em vias de privatização, mas há também extensões só com um médico casos de Amarante (em Vila Caiz) e Baião (em Teixeira, Gestaçô e Eiriz), resultando que, em tempo de férias dos profissionais, não há substituições e os utentes ficam de facto sem médico nesse período.
A desorçamentação na área da saúde provoca aumento das listas de espera em cirurgias e consultas, mas também falta de novos medicamentos, nomeadamente nas patologias do fígado, cancro, diabetes, e para aquisição de material clínico nos hospitais, causando limitação na prescrição em ambulatório, nos exames de diagnóstico e em tratamentos, para além da carência de transportes de serviço.
Com estes constrangimentos, as taxas moderadoras e a crise cujos custos se refletem essencialmente nos economicamente mais débeis, aumenta o número de faltas de utentes às consultas e tratamentos.
Para além disto e com a publicação da Portaria 82/2014 que, a pretexto de reorganizar os hospitais do Distrito, vai desqualificá-los pela perda das especialidades de Estomatologia, Pedopsiquiatria e Endocrinologia, são os utentes a ficar prejudicados.
O panorama, em resumo, é grave e não se prevê que melhore. Basta olhar para o Orçamento do Estado 2015, indicando mais cortes e desinvestimento na Saúde.