02/08/11

“Ainda sobre os aumentos dos transportes públicos”

Lisboa, 02 de Agosto de 2011

O Governo e os seus membros concretamente o Ministro da Economia continuam a utilizar argumentos que não são nem sérios nem verdadeiros para tentarem convencer as populações e utentes que os brutais aumentos que ontem entraram em vigor nos transportes públicos colectivos de passageiros são justos e necessários para equilibrar a situação financeira das empresas do sector.
O que não dizem, mas deviam dizer é que os aumentos são consequência da imposição da troika e da capitulação do anterior e actual governos face a tais exigências.
Continuam a não dizer, mas deviam dizer que o desequilíbrio financeiro das empresas é da responsabilidade do Governo, porque ou não atribui as indemnizações compensatórias ou se as atribui fá-lo em valores diferentes dos acordados.
O que não dizem, mas deviam dizer é que a maior fatia da dívida das respectivas empresas está relacionada com a execução de obras e compra de material circulante que devia ser o Governo a fazer e a adquirir mas não o fazem, antes obrigam as empresas a fazê-lo.
Deviam também dizer, mas ocultam é que os próprios comboios que a Feragus (empresa privada) utiliza não propriedade da C.P..
O que não assumem, mas deviam assumir é que os aumentos agora concretizados e os já anunciados pelo Ministro da Economia irão contribuir para afastar muitos milhares de cidadãos dos transportes públicos, situação que obrigatoriamente terá influência negativa aos níveis da Economia Nacional, poluição ambiental e qualidade de vida das populações.
Em síntese o que deviam dizer mas não dizem é que este e outros aumentos já anunciados, foram ou irão ser feitos por razões de opção política e ideológica ao serviço dos grandes grupos económicos nacionais e internacionais, contra a própria Economia Nacional e os interesses e direitos das populações e trabalhadores.
Pelas razões e motivos referidos o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos – MUSP manifesta-se e vai continuar a manifestar-se contra os aumentos já concretizados e os anunciados por considerar que os mesmos vão aumentar as dificuldades económicos e sociais das pessoas e famílias.

Grupo Permanente do MUSP