Mais uma vez a população do Distrito de Évora se viu confrontada com a inoperacionalidade da Viatura Medica de Emergência e Reanimação (VMER).
As situações mais graves deixam marcas fatais, tal como o acidente em Reguengos de Monsaraz no passado dia 6 de abril de 2014, com duas vítimas mortais, ou o acidente do dia 25 de Dezembro de 2013, que implicou a morte de quatro pessoas, mas, que de modo algum, representam casos isolados. O MUSP afirma que, por todo o distrito, pessoas que sofreram AVC´s ou ataques cardíacos, em muitos casos, não tiveram uma resposta por parte da VMER por esta não estava operacional.
As entidades responsáveis tanto a ARS Alentejo, como o Ministro da Saúde, entraram no jogo do empurra: O MUSP em anteriores comunicados e em reuniões com a ARS Alentejo, denunciou a inoperacionalidade constante da VMER, que se deve a duas razões; falta de recursos humanos e baixas remunerações, que por sua vez se deve à falta de meios financeiros transferidos para o Hospital do Espirito Santo, responsabilidade que é por inteiro da ARS Alentejo e do Ministério da Saúde. O MUSP lamenta que as entidades públicas, designadamente a ARS Alentejo, no lugar de assumir as suas responsabilidades se desculpem, responsabilizando os profissionais de saúde.
Os cortes que, ano após ano, o Governo PSD\CDS aplica nos Sectores Sociais do Estado, têm estas gravíssimas consequências. Relembre-se que só no Orçamento de Estado para 2014 os cortes no SNS foram de 200 milhões de Euros! Os sucessivos cortes no sector da Saúde têm que ter, obrigatoriamente, consequências além da degradação dos serviços, muitas vezes com a perda de vidas humanas.
Na sequencia dos incidentes com a VMER em Évora, as medidas tomadas pelo Governo, em relação à emergência medica pré- hospitalar, vão agravar mais ainda a situação, pois a falta de profissionais nos Centros de Saúde é enorme o que coloca as populações cada vez mais desprotegidas.
Saliente-se que, desde sempre, o MUSP tem alertado para a situação da VMER no distrito de Évora e que irá continuar a exigir a seu funcionamento 24 horas por dia; Continuaremos a exigir para o Alentejo mais profissionais de saúde; Assim como continuaremos a exigir que acabem os cortes cegos neste sector.
O MUSP vai solicitar uma reunião com a Administração do Hospital de Évora e com a ARS Alentejo onde, mais uma vez, iremos transmitir a nossa profunda preocupação com a situação da VMER e com todas as outras políticas de Saúde que estão a prejudicar gravemente a população do distrito.
O MUSP do Distrito de Évora, não pode ficar indiferente à política destrutiva no setor da Saúde e considera que é urgente e necessário assegurar o acesso á saúde consagrado na Constituição da Republica Portuguesa.
O MUSP com os movimentos de utentes, em cada concelho, irá tomar medidas para reforçar a luta contra esta gravíssima situação e denunciando e responsabilizando o governo por esta grave situação.
No ano em que se comemoram os 40 anos do 25 de Abril, o Governo desenvolve o mais feroz ataque contra o Serviço Nacional de Saúde, pelo que só a sua demissão colocará fim a esta brutal ofensiva.
Évora, 15 de Abril de 2014