13/12/05

Encerramento de Hospitais em Lisboa

Nota à Imprensa

Lisboa 13 de Dezembro de 2005


O Governo do Partido Socialista através do Ministério da Saúde tornou público que pretende proceder ao encerramento de três hospitais, todos na cidade de Lisboa substituindo-os por outros a construir no âmbito de parcerias público/privadas em Lisboa, Loures e na margem a sul do Rio Tejo.
Um dos argumentos referidos pelo Ministro da Saúde para o encerramento das unidades de saúde de S. José, Capuchos e Desterro é a dificuldade de acesso aos mesmos, argumento que não colhe do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos opinião favorável por entendermos que outros interesses e valores se sobrepõem ao argumento em causa.
Analisando as políticas neo-liberais que os sucessivos Governos, incluindo o actual têm desenvolvido, privatizando de forma indiscriminada tudo o que eram ou ainda são empresas ou serviços públicos, somos levados a concluir que o que se pretende com o encerramento dos referidos hospitais não é a melhoria da qualidade da prestação dos cuidados de saúde que os utentes reclamam e têm direito, mas antes a criação das condições objectivas para entregar aos grandes grupos económicos importantes sectores da saúde proporcionando em simultâneo grandes negócios no sector imobiliário para os locais onde agora estão instalados os hospitais de s. José Capuchos e Desterro.
Porque o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos - MUSP defende intransigentemente que a saúde não é nem nunca pode ser um negócio e que todos os cidadãos sejam ricos ou pobres devem ter oportunidades iguais no acesso aos respectivos serviços manifestamos o nosso veemente protesto e total oposição à pretensão do Governo em encerrar os hospitais e disponibilizamo-nos a partir desta data para em conjunto com outras estruturas, organizações e utentes desenvolvermos as acções que em conjunto sejam consideradas como as mais capazes ou adequadas para defendermos os Serviços de Saúde.
Grupo Permanente do MUSP