09/03/06

DEPAPIDAÇÃO DO PATRIMÓNIO PÚBLICO CONTINUA


Lisboa 21 de Fevereiro de 2006

Com o argumento de reduzir a dívida pública e aumentar a competitividade das empresas GALP/energia, EDP, Rede eléctrica nacional e TAP, o Governo tornou público, através de um comunicado do Conselho de Ministros com data do dia 16 do mês corrente, a decisão de as privatizar e o calendário temporal para concretizar tal decisão.
A decisão tomada e posteriormente informada pelo Governo representa a par de muitas outras mais uma clara e lamentável situação de submissão, capitulação e cedência face aos interesses e exigências dos grandes grupos económicos que, a pretexto de menos Estado melhor Estado, não se cansam de exigir a redução da sua participação no Sector Público.
Para além dos prejuízos que estas e outras privatizações têm causado e vão continuar a causar, quer ao património público, quer à economia nacional, não melhoram a sua qualidade nem reduzem os seus custos.
Colocadas estas questões uma pergunta se impõe, como é possível a um Governo saído de um processo eleitoral onde durante a respectiva campanha o Partido Socialista, que o sustenta politicamente, apresentou um significativo conjunto de promessas e assumiu compromissos perante a maioria dos portugueses, tomar esta e outras decisões políticas que, no essencial, contribuíram e contribuem em larga medida para o agravamento das já muito difíceis condições sociais e de vida que estes e respectivas famílias vivem.
Consideramos, como aliás já o referimos, que estas decisões políticas mais não visam do que beneficiar de forma escandalosa os interesses e objectivos do capital privado representado pelos grandes grupos económicos reduzindo em simultâneo o património público e a participação do Estado em empresas tão importantes para a economia nacional, com implicações financeiras para a mesma e para a maioria dos portugueses, o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos – MUSP manifesta total desacordo e repúdio face à decisão tomada pelo Governo de ir entregar a gestão das empresas em causa a grandes grupos económicos.


Grupo Permanente do MUSP