24/05/14

Vitória para a democracia


Os cidadãos de Tessalónica recusam a privatização da água
A Suez e o governo grego devem ouvir o Povo


Os cidadãos de Tessalónica realizaram em 18 de Maio um referendo sobre a privatização da empresa pública de água, a EYATH.

A privatização foi esmagadoramente rejeitada com 98% dos votos contra. O referendo foi organizado pela campanha grega SOS to te Nero, com o apoio local dos 11 municípios da região.

Os presidentes das câmaras desafiaram uma tentativa de última hora do governo grego para proibir o referendo, ameaçando os organizadores com prisão.

O resultado do referendo não deixa margem para dúvidas. Foram às urnas perto de 220.000 eleitores dos pouco mais de 500.000 cidadãos que votaram nas eleições municipais que tiveram lugar no mesmo dia.

Perante este resultado, o governo grego, a troika, a multinacional francesa Suez e a parceira grega, a Ellaktor, as únicas empresas que se mantêm no processo, depois do abandono da israelita Mekorot, devem ouvir o povo e abandonar a privatização.

A campanha “Água de Todos”, de que o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos faz parte, congratula-se e saúda esta extraordinária vitória do povo de Tessalónica em defesa da água pública.

Tal como os participantes no referendo, consideramos que a água é um bem comum, um direito humano fundamental, um património comum que não pode ser submetido ao mercado e ao lucro.

Também o povo português recusa a privatização da água.

A privatização dos serviços públicos de água e saneamento, como testemunham vários municípios portugueses onde tal ocorreu, é social e economicamente errada e as suas consequências desastrosas: aumento brutal de preços, exclusão dos mais pobres, degradação da água e da sua qualidade, destruição de postos de trabalho.

Sabemos que os interesses da privatização são poderosos. Por isso mesmo a resistência e a luta das populações são determinantes para conter a privatização da água. Em alguns casos, têm permitido mesmo a reversão desses processos como aconteceu recentemente no Concelho de Odivelas. As vitórias conseguidas demonstram que é possível construir um novo caminho.

A luta continua!