16/06/18

AVEIRO: S. Jacinto luta por médico na Extensão de Saúde

A Comissão de Utentes de Saúde de Aveiro organizou hoje um protesto no cais de São Jacinto contra a falta de assistência médica àquela freguesia, que dista 60 quilómetros da sede de concelho.
Falta de médico gera protesto de utentes em Aveiro
“Neste momento, a população está sem qualquer cobertura de saúde, sem cuidados médicos, nem sequer de enfermagem. Consultas da diabetes, hipertensão, saúde infantil e planeamento familiar, ou rastreio oncológico, todo esse tipo de vigilância médica deixou de ser feito e a população vê-se desesperada”, descreveu à Lusa António Nabais.
António Nabais salienta o isolamento de São Jacinto: “é quase uma ilha e por terra são cerca de 60 quilómetros até Aveiro”.Para aquele dirigente da Comissão de Utentes de Saúde de Aveiro, a ausência de médico na extensão de saúde de São Jacinto está a gerar “situações extremamente graves”, pois há utentes que “quase há um ano que não têm consulta de diabetes” e quem anda em vigilância médica “não sabe onde se dirigir para levar o seu historial clínico”.

Mais de 50% da população é envelhecida

“Mais de 50% da população é envelhecida e depara-se com esta situação. Os mais velhos foram ficando, mas com a idade a mobilidade já não é a mesma e ficam limitados aos cuidados médicos que existam em São Jacinto e que têm sido muito poucos”, refere.
Há um ano a comissão de utentes soube que o médico tinha requerido a aposentação e pediu uma reunião com o diretor executivo, “o qual garantiu que mal o médico fosse aposentado estava prevista essa situação”.
“O que aconteceu quando o médico foi embora foi que não foi substituído e mais uma vez, em novembro, a comissão de utentes entrou em ação e reuniu com o diretor executivo atual, que o mais que conseguiu foi requisitar a meio tempo uma médica para São Jacinto”, conta António Nabais.
Para aquele membro da Comissão, era uma solução precária e insuficiente: “havia dias em que só dava quatro consultas e as pessoas vinham às cinco da manhã, sem abrigo, à chuva e ao vento, para tentarem ter consulta”
“Agora não temos médico. Há pessoal que precisa de medicação, de vigilância, e nunca pensámos que chegasse a este ponto”, disse, justificando o protesto.