Ligar o Rato ao Cais do Sodré e criar uma linha circular a partir do Campo Grande, com as linhas Verde e Amarela, passando as restantes a funcionar como linhas radiais "é uma opção errada que irá ainda degradar mais a oferta às populações da Zona Norte de Lisboa", assim como de Odivelas e Loures, refere um comunicado daquela comissão, apelando ao chumbo do projeto.
Está a decorrer até quarta-feira a consulta pública à avaliação de impacte ambiental ao projeto de prolongamento do Metropolitano de Lisboa, entre as estações do Rato (Linha Amarela) e do Cais do Sodré (Linha Verde), incluindo as novas ligações aos viadutos do Campo Grande.
O objetivo é obter uma linha circular a partir do Campo Grande com as linhas Verde e Amarela, passando as restantes linhas a funcionar como radiais - linha Amarela de Odivelas a Telheiras, linha Azul (Reboleira - Santa Apolónia) e linha Vermelha (S. Sebastião - Aeroporto).
No seu contributo para a consulta pública, promovida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a comissão de utentes transmite preocupação com a futura "degradação da oferta" às populações da zona norte de Lisboa, nas estações da Ameixoeira, Lumiar, Quinta das Conchas e Telheiras, que serão obrigadas a mudar de linha no Campo Grande para aceder ao centro da Cidade, tal como aos habitantes em Odivelas e Loures.
Esta alteração à rede do Metro, especifica, também prejudica as populações de outras zonas da cidade, como Benfica, S. Domingos de Benfica, Carnide ou Olivais e Marvila, "uma vez que o projeto visa concentrar meios - materiais e humanos – na linha circular, desinvestindo nas futuras linhas radiais".
A comissão salienta ainda que, com o novo projeto, "adia-se o prolongamento da rede para as zonas da cidade onde esta faz mais falta – zona ocidental de Lisboa e o prolongamento até Loures".
Para a organização que representa os utentes, é urgente o investimento nos transportes públicos, devendo o Metropolitano de Lisboa ter em conta a expansão da rede a Alcântara e Loures e a aposta em trabalhadores e equipamento "para repor e alargar a fiabilidade, quantidade e qualidade da oferta".
Defende "a crescente utilização dos transportes públicos, com os consequentes ganhos ambientais, económicos e sociais, através de uma política de preços atrativa, do reforço da fiabilidade e qualidade do serviço e de uma oferta adequada às necessidades", nomeadamente da parte do Metropolitano de Lisboa.
A comissão salienta ainda não ter encontrado "resposta à necessidade de reverter a profunda degradação da qualidade e fiabilidade do serviço sentida nos últimos anos".