Notas da reunião da COMISSÃO DE UTENTES
com ACES MÉDIO TEJO
Nos primeiros dias de Outubro, a Comissão de
Utentes da Saúde do Médio Tejo, a seu pedido, reuniu com a Directora Executiva
do ACES MÉDIO TEJO.
A reunião foi muito valorizada pela apresentação de um balanço
(em power point) feito pela Directora que, para além da situação existente,
perspectivou algumas iniciativas para o futuro próximo.
O ACES tem 96 unidades em funcionamento, com mais de 650
trabalhadores. Faltam 10 médicos para que todos os 227 mil utentes tenham
médico de família. O ACES tem presentemente 126 médicos (mais 33 a fazer o
internato), pelo que continua a recorrer a contratações individuais e a horas
de serviços médicos.
Os concelhos que têm mais utentes sem médico de família são:
Abrantes (4200), Sardoal (3000), Tomar (4800) e Ourém (5000).
No recente concurso nacional foram preenchidas as 8 vagas
atribuídas, tendo-se verificado que houve um número superior de candidatos a
ficar no ACES Médio Tejo. Mas nos recursos humanos começa a ser preocupante a
falta de assistentes operacionais.
O ACES tem um orçamento de 55 milhões de euros, sendo as maiores
rubricas da despesa os Recursos Humanos e os medicamentos. Os dados
assistenciais: 700 mil consultas, 700 mil actos de enfermagem e 5 mil
domicílios.
Manifestámos o nosso contentamento pelo protocolo assinado pelas
autarquias para a implantação de serviços de saúde oral em diversos Centros de
Saúde, mas dissemos da nossa preocupação pelo desconhecimento da calendarização
da concretização desta boa iniciativa.
Referimos a nossa oposição ao “retalhar” dos Cuidados Primários
de Saúde pelas autarquias, no âmbito do processo de transferência de
competências atendendo, entre outros, ao argumento de que as disponibilidades
de meios por parte das autarquias são muito heterogéneas.
Salientámos a necessidade de, tão breve quanto possível,
se reunir o Conselho de Comunidade do ACES para que autarcas, organizações sociais,
escolas, profissionais e utentes tenham conhecimento e possam analisar o actual
momento da prestação de cuidados primários e os projectos futuros.
Inquirimos sobre a utilização que está a ser dada aos
meios de transporte disponíveis, sabendo que a actual frota não chega para as
actividades desenvolvidas pelas diversas unidades do ACES.
Apelámos para que seja feito um esforço de articulação
com as autarquias e com o CHMT no sentido de aproveitar todas as
potencialidades existentes nas unidades de saúde, poupando meios e dando resposta
às necessidades das populações.
A nível local e também nacional, um dos principais
motivos de reclamação dos utentes tem a ver com o deficiente ou mesmo a falta
de atendimento. Por isso, mais uma inquirimos sobre a actividade formativa em
"comunicação em saúde". Informaram-nos de que está em preparação um
projecto de formação que abrangerá diversos ACES. Sabendo que os médicos
continuam a reclamar do excessivo tempo que demoram nos registos e pesquisas
informáticas, ficámos a saber que este ano foram instalados duzentos novos
computadores, muito embora continuem os problemas com a qualidade da rede.
Esperamos que funcionem com regularidade as novas
consultas anti-tabágicas (e outras sejam criadas. Que se concretizem as obras
de requalificação de algumas unidades de saúde. Que sejam dinamizadaa as
actuais e que sejam formadas mais Unidades de Cuidados à Comunidade. Que depois
da USF Locomotiva e USPública mais serviços sejam certificados.