01/12/18

MUSP: sobre o Orçamento 2019

O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos considera que o Orçamento de Estado para 2019 não pode esquecer os Serviços Públicos.


O Orçamento do Estado, que se encontra em votação na Assembleia da República, deve fazer a redistribuição da riqueza e potenciar o desenvolvimento do País. Este Orçamento deve atender às enormes carências que se verificam em termos de serviços públicos, nomeadamente na saúde e nos transportes, em vez de atender ao espartilho do défice orçamental e aos ditames de Bruxelas e Frankfurt.

Não se pode chorar lágrimas de crocodilo sobre a desertificação do interior, quando os serviços públicos foram daí retirados e para se ter uma consulta médica tem de se percorrer uma distância de 40 km. Ou quando a pequena empresa localizada no interior fecha, porque o preço das portagens, a distância ao serviço postal ou à Agência da Caixa Geral de Depósitos mais próxima representa uma despesa diária incomportável. E também não é justa a queixa sobre os níveis de poluição apontando o dedo àqueles que têm de usar o seu automóvel para ir trabalhar, quando não se investe seriamente nos transportes públicos e não se potencia a intermodalidade.

O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos considera que, embora a proposta de Orçamento de Estado tenha já alguns avanços na reposição das remunerações e de apoios sociais, que devem continuar, no entanto no essencial mantém a obediência às imposições da UE e não responde às necessidades do País, pelo que o MUSP espera que até ao final da votação sejam incluídos os investimentos necessários para a melhoria dos serviços públicos nas áreas metropolitanas e no resto do País.