08/12/18

OESTE: por preço mais acessíveis nos transportes públicos.

https://expresso.sapo.pt/sociedade/2018-12-03-Utentes-de-transportes-publicos-do-Oeste-reclamam-passes-a-precos-semelhantes-aos-da-AML

Utentes de transportes públicos do Oeste reclamam passes a preços semelhantes aos da AML

Passageiros de transportes públicos defendem que passes a € 40 a partir do final do primeiro trimestre de 2019 deviam abranger concelhos limítrofes da capital. Área Metropolitana de Lisboa confirma estar em conversações com a Comunidade Intermunicipal do Oeste

Vários cidadãos que residem na zona Oeste, fora da Área Metropolitana de Lisboa (AML), mas que se deslocam todos os dias para a capital, defendem que o passe dos transportes a € 40 devia estender-se a mais concelhos. “Não faz sentido que Torres Vedras não seja abrangida, porque, se o passe já era caro, a diferença passa a ser colossal”, afirmou à Lusa Francisco Mourão, que, para ir trabalhar, paga € 165 pelo passe combinado nos transportes, “o quádruplo” do passe de € 40 anunciado para as área metropolitanas de Lisboa e Porto.
Para Mara Garcia, moradora de Torres Vedras a estudar na capital, “a vantagem para quem vive em Lisboa claramente é boa, mas devia abranger outros concelhos” porque de Torres Vedras, por exemplo, “vão centenas de pessoas todos os dias para Lisboa e pagam valores enormes”. Também residente em Torres Vedras e trabalhadora em Lisboa, Joana Santos, contou à Lusa que os utentes que se deslocam diariamente daquele concelho para a capital “estão extremamente desagradados com esta situação de haver um passe mais barato para outras freguesias que se encontram relativamente à mesma distância de Lisboa”.
“Estamos a juntar pessoas suficientes para uma petição para tentarmos de alguma forma ter, pelo menos, um desconto (…) ou um valor razoável que seja comparável com este novo processo que está a ser feito”, acrescentou.
Francisco Olivença, que vive nas Caldas da Rainha e trabalha em Lisboa, considera os novos passes sociais, previstos para o próximo ano, “uma ótima ideia”, mas ressalva que deveriam abranger o país inteiro, uma vez que paga € 190 de passe mensal. No mesmo sentido, Marta, residente em Sobral de Monte Agraço, a poucos quilómetros das áreas limítrofes da AML, acha uma “boa medida”, mas defende que deveria chegar também à sua zona.
Alda Almeida vive em Alenquer, localidade que não pertence à AML, mas que se situa a cerca 10 quilómetros de Castanheira do Ribatejo, já no concelho de Vila Franca de Xira, abrangido pelo passe social único. A utente paga € 154 euros pelo título de transporte, pelo que vai avaliar se lhe compensa ir até à Castanheira “e, depois ali, apanhar outro transporte mais barato”, disse à Lusa.
A Área Metropolitana de Lisboa confirmou que está em conversações com as Comunidades Intermunicipais limítrofes para um acordo que permita reduzir o preço dos passes também para quem se desloca a partir desses concelhos para Lisboa, sendo uma delas a Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim). Atualmente, um residente de Arruda dos Vinhos, a 35 quilómetros e 40 minutos da capital, paga € 138,50 por um passe mensal combinado para Lisboa (autocarro/metro/carris).
De Alenquer ou Sobral de Monte Agraço, a 45 quilómetros ou a 45 minutos de Lisboa, o mesmo passe custa € 160,70. O passe sobe para € 165, de Torres Vedras (a 45 minutos ou a 50 quilómetros de Lisboa), para € 183,50, da Lourinhã (uma hora ou 70 quilómetros de Lisboa), para € 186,50, do Bombarral (uma hora ou 70 quilómetros de Lisboa), ou para € 187,50 euros, de Caldas da Rainha (uma hora e 20 minutos ou 90 quilómetros de Lisboa).
A OesteCim integra os municípios de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras (distrito de Lisboa) e Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Óbidos, Nazaré, Peniche (distrito de Leiria).