25/10/19

Nota à Comunicação Social


Utentes rejeitam as comissões anunciadas pela Caixa Geral de Depósitos


Segundo notícias vindas a público nos últimos dias, o rendimento líquido da Caixa Geral de Depósitos com comissões e serviços aumentou 13% entre 2015 e 2018, o que corresponde a cerca de 46 milhões de euros, contas feitas com base em dados dos relatórios e contas do banco público.
Segundo o relatório de 2015, os rendimentos da CGD com serviços e comissões atingiram os 440,2 milhões de euros, enquanto os encargos atingiram os 92,7 milhões, resultando num rendimento líquido de 347,5 milhões de euros. Em 2018, os rendimentos resultantes de serviços e comissões atingiram os 483,02 milhões de euros, tendo os encargos diminuído para 89,1 milhões, o que resulta num rendimento líquido de 393,8 milhões de euros. Assim, a subida de rendimentos com comissões e serviços entre 2015 e 2018 foi de 46,3 milhões de euros. Isto é, entre 2015 e 2018 a CGD teve um aumento de 46,3 Milhões de euros em serviços e comissões, tendo em 2018 chegado à soma de 393,8 milhões de euros só arrecadados em comissões e serviços!

Apesar destes resultados e das dificuldades que as famílias portuguesas passam, o presidente executivo do banco estatal, Paulo Macedo, afirmou aos jornalistas que “até ao [final do primeiro] semestre o aumento foi menos de 1% e até ao fim do ano será 2% ou pouco mais por cento"!

A administração da Caixa Geral de Depósitos, nomeada pelo atual governo, não se dá por satisfeita e quer aumentar as comissões, agora das contas de serviços mínimo bancários, isto é, dos utentes da Caixa com menores recursos!

A cobrança destas comissões, não sendo exclusiva da Caixa Geral de Depósitos, não deixa de ser imoral, ainda mais quando de trata do banco público, construído com dinheiros públicos. Banco público ao qual se exige que sirva de referência ao conjunto da banca portuguesa e que combata a cartelização dos preços dos serviços e comissões de que padece o setor financeiro.
Banco público que tem por missão apoiar as famílias portuguesas no crédito e nos serviços bancários e alavancar a economia nacional, as micro, pequenas e médias empresas.

Ao Governo e à Administração da CGD exige-se que pare com este escandaloso aumento no valor das comissões.

A Direção Nacional do Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) repudia os aumentos anunciados e reafirma a sua defesa da CGD como banco público com a função exclusiva de servir a economia nacional.