O Governo na sequência das políticas de direita que vem praticando apresentou no início da presente semana a proposta de Plano de Estabilidade e Crescimento que mais não é do que uma proposta baseada nas exigências recomendadas pela Comissão Europeia e que corresponde por completo aos interesses e exigências dos grandes grupos económicos que representam os interesses do capital privado.
Não se compreende nem é admissível que o Governo numa clara opção de classe e de política apresente medidas que penalizam claramente os direitos e interesses dos trabalhadores e utentes em benefício evidente dos que mais têm e mais podem.
Com o congelamento proposto dos salários dos trabalhadores da Administração Pública e do Sector Empresarial do Estado até 2013.
São reduzidos substancialmente não só os salários como o poder de compra destes trabalhadores com efeitos nefastos para a Economia Nacional e aberto caminho para que o sector privado proceda em conformidade com a decisão tomada pelo Governo.
Também as reduções propostas quer ao nível do investimento público quer ao nível das despesas públicas far-se-ão obrigatoriamente reflectir no desemprego e no acesso, custos e qualidade dos serviços públicos com prejuízos consideráveis para os trabalhadores e utentes.
A par destas situações e em contradição com o que o Partido Socialista assumiu aquando da campanha eleitoral para as últimas eleições legislativas também vai haver um agravamento da carga fiscal e também aqui os mais prejudicados serão os trabalhadores e muitos reformados, pensionistas e idosos, ficando mais uma vez (o costume) salvaguardados os grandes rendimentos e os vergonhosos lucros da Banca, seguradoras, petrolíferas, EDP, PT, Brisa e outras, obtidos à custa do sofrimento dos trabalhadores, das famílias e utentes de menores recursos económicos.
O Plano de Estabilidade e Crescimento revela claramente os interesses que o Governo representa e defende, opções que o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos – MUSP está certo que a grande maioria dos trabalhadores e famílias portuguesas não aceitam e por isto vai certamente manifestar em grandes iniciativas e acções de luta o seu protesto e indignação contribuindo decisivamente para que uma outra política seja considerada para garantir os direitos das populações, trabalhadores e utentes em benefício da própria Economia Nacional.
Grupo Permanente do MUSP