Lisboa, 04 de Maio de 2011
De forma populista e demagógica a que aliás já nos habituou o Primeiro Ministro José Sócrates do Governo demissionário veio ontem anunciar ao país e aos portugueses a parte que mais lhe interessava do resultado obtido na negociata entre o Governo e a troika.
Como se não fossem direitos básicos e elementares dos trabalhadores, reformados e pensionistas, veio o Primeiro Ministro dizer-nos que os subsídios de férias e Natal vão ser pagos, que as reformas e pensões mais baixas não serão reduzidas, que não vão haver despedimentos na Administração Pública, etc., etc..
O que não são direitos, antes se assumem como situações de autêntico escândalo, mas que o Primeiro Ministro não quis informar-nos são o aumento das taxas moderadoras para acesso aos serviços de saúde, a redução do número de pessoas que actualmente são isentas do seu pagamento, a redução das deduções para efeitos de I.R.S., o aumento do IVA, a redução do valor do subsídio de desemprego e do tempo que os desempregados podem usufruir do mesmo, o congelamento dos salários, reformas e pensões vão manter-se, alterações às relações de trabalho, privatização de empresas e serviços públicos, e o encerramento de escolas do ensino básico, e que dos 78.000 mil milhões de euros atribuídos como empréstimo 12.000 mil milhões (na proporção de 1 euro por cada 7 que vão chegar) vão directos aos bancos para usufruto de uns poucos (os mesmos de sempre) com os do costume a pagarem.
Considerando o que referimos e tendo por certo que a par destas medidas outras nos vão ser impostas porque é duma imposição que se trata e não de uma negociação, em benefício claro e evidente dos mais poderosos, com consequências gravíssimas para a maioria das pessoas e famílias portuguesas, o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos – MUSP manifesta a sua total oposição e repúdio a mais uma cedência e capitulação do governo português face aos interesses e objectivos dos grupos económicos, da Alemanha e Bruxelas.
Grupo Permanente do MUSP