04/11/14

Os Utentes dos transportes públicos do Porto promoveram no dia 23 de outubro uma ação de protesto e indignação

23 Out 2014 Manif TPúblicos Porto 

Em defesa de mais e melhores serviços
Em defesa de mobilidade para todos
Contra a privatização dos transportes
O governo PSD/CDS-PP na área dos transportes tudo tem feito para transformar o serviço público de transportes num bom negócio para os interesses privados.
Para tal penaliza de forma brutal os utentes e os trabalhadores – aumento dos preços e redução de serviços, corte de salários, congelamento de carreiras, retirada de direitos.
Nos últimos quatro anos as tarifas sofreram aumentos brutais (20% na CP, 30% no STCP, 43% na Carris e 70% no Metro de Lisboa).
A oferta de serviços foi reduzida (10% na CP, 18% no STCP, 21% na Carris e 36% no Metro de Lisboa).
O resultado desta política foi o aumento da dívida das empresas de transportes em 20% nestes quatro anos e o afastamento de muitos utentes e mesmo menos receitas de bilheteira para algumas empresas. Os utentes que persistem em utilizar o transporte público pagam mais caro por pior serviço.
23 Out 2014 Manif TPúblicos Porto 1
O governo persiste nesta receita de terrorismo social: os concursos de “subconcessão” dos STCP e Metro do Porto permitem aos operadores privados reduzir carreiras e frequências em 10% e aumentar ainda mais as tarifas.

A experiência desastrosa para o interesse público que se verifica há anos no Metro do Porto – uma PPP lançada por uma empresa pública, às ordens do Governo, com passivos brutais para o Estado e lucros garantidos para os grupos económicos – é o mesmíssimo modelo que querem eternizar naquela empresa e agora impor e aplicar na STCP, na Carris e no Metro de Lisboa.

Qualquer empresa privada tem como fim gerar o maior lucro possível para os seus donos e não o de garantir serviço público para todos os passageiros. Com os privados a oferta é seguramente menor e os preços maiores.
23 Out 2014 Manif TPúblicos Porto 2
O exemplo da Fertagus é elucidativo: as suas tarifas são cerca de 50% superiores que as da CP para serviços idênticos.

Em 1992 a RN foi privatizada com o argumento do governo da altura que “um monopólio estatal não favorecia as populações”. Vinte e dois anos depois já não há serviço rodoviário em grande parte do país, contribuindo para a desertificação do interior.

Quando países como o Reino Unido aprendem com os erros e recuam nas medidas tomadas há anos atrás, é o Governo português a querer seguir essa mesma receita de desastre.
23 Out 2014 Manif TPúblicos Porto 3
É necessário parar esta política de desastre nacional que entrega setores estratégicos a interesses privados.

Os utentes e trabalhadores dos transportes continuarão a sua luta para inverter esta política e seja respeitado o direito das pessoas à mobilidade.

Movimento de Utentes dos Serviços Públicos